domingo, 19 de junho de 2011

O que é ? Sustentabilidade Ambiental

O termo "sustentável" provém do latim sustentare (sustentar; defender; favorecer, apoiar; conservar, cuidar). Segundo o Relatório de Brundtland (1987), o uso sustentável dos recursos naturais deve "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras de suprir as suas".
O conceito de sustentabilidade começou a ser delineado na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (United Nations Conference on the Human Environment - UNCHE), realizada em Estocolmo de 5 a 16 de junho de 1972, a primeira conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e a primeira grande reunião internacional para discutir as atividades humanas em relação ao meio ambiente. A Conferência de Estocolmo lançou as bases das ações ambientais em nível internacional, chamando a atenção internacional especialmente para questões relacionadas com a degradação ambiental e a poluição que não se limita às fronteiras políticas, mas afeta países, regiões e povos, localizados muito além do seu ponto de origem. A Declaração de Estocolmo, que se traduziu em um Plano de Ação, define princípios de preservação e melhoria do ambiente natural, destacando a necessidade de apoio financeiro e assistência técnica a comunidades e países mais pobres. Embora a expressão "desenvolvimento sustentável" ainda não fosse usada, a declaração, no seu item 6, já abordava a necessidade imperativa de "defender e melhorar o ambiente humano para as atuais e futuras gerações" - um objetivo a ser alcançado juntamente com a paz e o desenvolvimento económico e social.
A sustentabilidade é um foco ordenado que se produz mormente na ação, e pela experiência devotada na investigação nas áreas de incremento económico e da salvaguarda do ecossistema. Podemos mencionar avaliações que estão no centro do tema da sustentabilidade ambiental: nesse compromisso devemos investir em avaliações que constituam legitímidade e fidelidade para os departamentos das acções humanas.
Os alvos embrionários da sustentabilidade apontam para uma concertada busca da sobrevivência do planeta, tendo em conta o presente e o futuro próximo e mais longínquo, pensado desde logo nas gerações vindouras.
A projecção desses princípios começa; na utilização de fontes energéticas que permitam fazer - se recuperáveis, em detrimento necessário das não renováveis.
A exemplo de a energia renovável é a energia que vem de recursos naturais como sol, vento, chuva, marés e calor, que são renováveis (naturalmente reabastecidos). As novas energias renováveis (pequenas hidrelétricas, biomassa, eólica, solar, geotérmica e biocombustíveis)
A energia do sol é transformada de diversos compões para formas, como a biomassa (fotossíntese), a energia hidráulica (evaporação), a eólica (ventos) e a fotovoltaica, que contêm enorme quantidade de energia, e que são capazes de se regenerar por meios naturais.
A sustentabilidade ambiental também se correlaciona com os outros diversos setores da atividade humana, como o industrial, por exemplo.
A sua aplicação pode ser feita em diversos níveis: a adoção de fonte de energias limpas está entre as preocupações centrais, algumas empresas tem desenvolvidos projetos de sustentabilidade voltando-se para aproveitamento do gás liberado em aterros sanitários, dando energia para populações que habitam proximamente a esses locais. Outro exemplo de sua aplicação está em empresas, de cosmética, que objetivam a extração cem por cento renováveis de seus produtos. O reflorestamento de áreas degradadas, assim como a elaboração de projetos que visem áreas despojadas meios e com uma marcante necessidade de tratamento, estes exemplos que já vêm sido tomados.
Estas medidas tomadas ratificam-se visivelmente com a sustentabilidade ambiental.
O investimento capital em tecnologias que viabilizem a extração e o desenvolvimento sustentável, mas também conta com atitudes sistemáticas em diversos órgãos sociais e políticos. A propaganda, a educação e a lei.
A prevenção é uma base sustentavel de suma importância e todos nós somos correlacionarios de ajuda ao Planeta, porque mesmo com medidas adequadas, enm todos os Países as aplicam na integra e os excessos ainda se cometem, fazendo da sustentabilidade económica um tronco de arvore sem raiz.
O poderio global ainda omite e foge às necessidaes e nós Seres humanos temos que ser voz, para fazer cumprir pelo exemplo da reciclagem e do alerta às Comunidades , mostrando que todos somos parte do processo , tal como um puzzle , porque todos os intervenientes são importantes.
Algumas atitudes;
Evitar os plásticos. Fechar bem as torneiras e não usar além do tempo necessário a água em sua higiene pessoal, evitar o máximo que puder o uso de detergentes e produtos químicos na limpeza de casa e definir o dia ou os dias para lavagem de roupas, isso poupará desperdício de água. Além disso, a água da lavagem de roupa poderá ser aproveitada para lavar quintal ou frente de casa.
Evite lavar as calçadas, separe os objetos recicláveis dos não recicláveis. Nunca deite lixo na rua, lugar de lixo é no contentator destinado a isso.
Também podem mudar as lâmpadas comuns pelas lâmpadas fluorescentes mais compactas também ajuda muito a economizar energia e preservar o ambiente. Não deixe as lâmpadas acessas sem necessidade. Mantenha fora das tomadas os eletrodomésticos após usá-los.
Deixe sempre o carro em casa quando tiver que ir a lugar perto de sua casa,  caminhando ou indo de bicicleta é muito mais saudável.
Ensine as crianças o quanto é importante cuidar da natureza e incentive seus vizinhos a terem os mesmos cuidados que você está tendo.
Não faça queimadas.
É simples e fácil ser uma pessoa sustentável, basta agir com coerência e ter consciência de que as atitudes embora pareçam pequeninas são importantíssimas no processo de socorro a todos os seres vivos desse planeta. Vale sempre lembrar que a possibilidade de alcaçarmos o desenvolvimento sustentável depende de cada um .
Bibliografia
Wikipedia
(United Nations Conference on the Human Environment - UNCHE)
Conferência de Estocolmo
Victor Passos

sábado, 18 de junho de 2011

Rumo à Ecologia Profunda


Em seu mais novo livro, A Teia da Vida (Cultrix-Amana), Fritjof Capra mostra como a ecologia profunda - a concepção que não separa os homens da natureza - ganha relevância na nova visão da realidade.
Por Fritjof Capra (*)


À medida que o século se aproxima do fim, as preocupações com o meio ambiente adquirem suprema importância. Defrontamo-nos com toda uma série de problemas globais que estão danificando a biosfera e a vida humana de uma maneira alarmante, e que pode logo se tornar irreversível. Quanto mais estudamos os principais problemas de nossa época, mais somos levados a perceber que eles não podem ser entendidos isoladamente. São problemas sistêmicos, o que significa que estão interligados e são interdependentes. Por exemplo, somente será possível estabilizar a população quando a pobreza for reduzida em âmbito mundial. A extinção de espécies animais e vegetais numa escala massiva continuará enquanto o hemisfério meridional estiver sob o fardo de enormes dívidas. A escassez dos recursos e a degradação do meio ambiente combinam-se com populações em rápida expansão, o que leva ao colapso das comunidades locais e à violência étnica e tribal que se tornou a característica mais importante da era pós-guerra fria. Em última análise, esses problemas precisam ser vistos, exatamente, como diferentes facetas de uma única crise, que é, em grande medida, uma crise de percepção. Há soluções para os principais problemas de nosso tempo, alguns delas até mesmo simples. Mas requerem uma mudança radical em nossas percepções, no nosso pensamento e nos nossos valores. E, de fato, estamos agora no princípio dessa mudança fundamental de visão de mundo na ciência e na sociedade, uma mudança de paradigma tão radical como foi a revolução copernicana. Porém, essa compreensão ainda não despontou entre a maioria dos nossos líderes políticos. O reconhecimento de que é necessária uma profunda mudança de percepção e de pensamento para garantir a nossa sobrevivência ainda não atingiu a maioria dos líderes das nossas grandes universidades. Nossos líderes não só deixam de reconhecer como diferentes problemas estão inter-relacionados; eles também se recusam a reconhecer como suas assim chamadas soluções afetam as gerações futuras. A partir do ponto de vista sistêmico, as únicas soluções viáveis são as soluções "sustentáveis". O conceito de sustentabilidade adquiriu importância-chave no movimento ecológico e é realmente fundamental. Este, em resumo, é o grande desafio do nosso tempo: as chances das gerações futuras.

A Mudança de Paradigma

Na minha vida de físico, meu principal interesse tem sido a dramática mudança de concepções e idéias que ocorreu na física durante os primeiros 30 anos deste século, que ainda está sendo elaborada em nossas atuais teorias da matéria. As novas concepções da física têm gerado uma profunda mudança em nossas visões de mundo; da visão de mundo mecanicista de Descartes e de Newton para uma visão holística, ecológica. A nova visão da realidade não era, em absoluto, fácil de ser aceita pelos físicos no começo do século. A exploração dos mundos atômico e subatômico colocou-os em contato com uma realidade estranha e inesperada. Em seus esforços para apreender essa nova realidade, os cientistas ficaram dolorosamente conscientes de que suas concepções básicas, sua linguagem e todo o seu modo de pensar eram inadequados para descrever os fenômenos atômicos. Seus problemas não eram meramente intelectuais, mas alcançavam as proporções de uma intensa crise emocional e, poder-se-ia dizer, até mesmo existencial. Eles precisaram de um longo tempo para superar essa crise, mas, no fim, foram recompensados por profundas introvisões sobre a natureza da matéria e de sua relação com a mente humana. As dramáticas mudanças de pensamento ocorridas na física no princípio deste século têm sido amplamente discutidas por físicos e filósofos durante mais de 50 anos. Elas levaram Thomas Kuhn à noção de um "paradigma" científico, definido como "uma constelação de realizações - concepções, valores, técnicas, etc. - compartilhada por uma comunidade científica e usada por essa comunidade para definir problemas e soluções legítimos". Mudanças de paradigmas, para Kuhn, ocorrem sob a forma de rupturas descontínuas e revolucionárias. Hoje, 25 anos depois da análise de Kuhn, reconhecemos a mudança de paradigma em física como parte integral de uma transformação cultural muito mais ampla. A crise intelectual dos físicos quânticos nos anos 20 espelha-se hoje numa crise cultural semelhante, porém muito mais ampla. Conseqüentemente, o que estamos vendo é uma mudança de paradigmas que está ocorrendo não apenas no âmbito da ciência, mas também na arena social, em proporções ainda mais amplas. O paradigma que está agora retrocedendo dominou nossa cultura por várias centenas de anos, durante as quais modelou nossa moderna sociedade ocidental e influenciou significativamente o restante do mundo. Esse paradigma consiste em várias idéias e valores entrincheirados, entre os quais a visão do universo como um sistema mecânico composto de blocos de construção elementares, a visão do corpo humano como uma máquina, a visão da vida em sociedade como uma luta competitiva pela existência, a crença no progresso material ilimitado, a ser obtido por intermédio de crescimento econômico e tecnológico, e - por fim, não menos importante - a crença em que uma sociedade na qual a mulher é, por toda a parte, classificada em posição inferior à do homem é uma sociedade que segue uma lei básica da natureza. Todas essas suposições têm sido decisivamente desafiadas por eventos recentes. E, na verdade, está ocorrendo, na atualidade, uma revisão radical dessas suposições.

Ecologia Profunda

O novo paradigma pode ser chamado de uma visão de mundo holística, que concebe o mundo como um todo integrado, e não como uma coleção de partes dissociadas. Pode também ser denominado visão ecológica, se o termo "ecologia" for empregado num sentido muito mais amplo e profundo que o usual. A percepção ecológica profunda reconhece a independência fundamental de todos os fenômenos e o fato de que, enquanto indivíduos e sociedades, estamos todos encaixados nos processos cíclicos da natureza (e, em última análise, somos dependentes desses processos). Os dois termos, "holístico" e "ecológico", diferem ligeiramente em seus significados, e parece que "holístico" é um pouco menos apropriado para descrever o novo paradigma. Uma visão holística, digamos, de uma bicicleta significa ver a bicicleta como um todo funcional e compreender, em conformidade com isso, as interdependências das suas partes. Uma visão ecológica da bicicleta inclui isso, mas acrescenta-lhe a percepção de como a bicicleta está encaixada no seu ambiente natural e social - de onde vêm as matérias-primas que entram nela, como foi fabricada, como seu uso afeta o meio ambiente natural e a comunidade pela qual ele é usada, e assim por diante. Essa distinção entre "holístico" e "ecológico" é ainda mais importante quanto falamos sobre sistemas vivos, para os quais as conexões com o meio ambiente são muito mais vitais. O sentido em que eu uso o termo "ecológico" está associado a uma escola filosófica específica e, além disso, a um movimento popular global conhecido como "ecologia profunda", que está rapidamente adquirindo proeminência. A escola filosófica foi fundada pelo filósofo norueguês Arne Naess, no início dos anos 70, com sua distinção entre "ecologia rasa" e "ecologia profunda". A ecologia rasa é antropocêntrica, ou centralizada no ser humano. Ela vê os seres humanos como situados acima ou fora da natureza, como a fonte de todos os valores, e atribui apenas um valor instrumental, ou de "uso", à natureza. A ecologia profunda não separa seres humanos - ou qualquer outra coisa do meio ambiente natural. Ela vê o mundo não como uma coleção de objetos isolados, mas como uma rede de fenômenos que estão fundamentalmente interconectados e são interdependentes. A ecologia profunda reconhece o valor intrínseco de seres vivos e concebe os seres humanos apenas como um fio particular na teia da vida. Em última análise, a percepção da ecologia profunda é percepção espiritual ou religiosa. Quando a concepção de espírito humano é entendida como o modo de consciência no qual o indivíduo tem uma sensação de pertinência, de conexidade, com o cosmos como um todo, torna-se claro que a percepção ecológica é espiritual na sua essência mais profunda. Não é, pois, de se surpreender o fato de que a nova visão emergente da realidade baseada na percepção ecológica profunda é consistente com a chamada filosofia perene das tradições espirituais. Há outro modo pelo qual Naess caracterizou a ecologia profunda. "A essência da ecologia profunda", diz ele, "consiste em formular questões mais profundas". É também essa a essência de uma mudança de paradigma. Precisamos estar preparados para questionar cada aspecto isolado do velho paradigma.

Ecologia social e ecofeminismo

Além da ecologia profunda, há duas importantes escolas filosóficas de ecologia, a ecologia social e a ecologia feminista, ou "ecofeminismo". Em anos recentes, tem havido um vivo debate dos méritos relativos dessas três escolas. Parece-me que cada uma delas aborda aspectos importantes do paradigma ecológico e, em vez de competir uns com os outros, seus proponentes deveriam tentar integrar suas abordagens numa visão ecológica coerente. A percepção ecológica profunda parece fornecer a base filosófica e espiritual ideal para um estilo de vida ecológico e para o ativismo ambientalista. No entanto, não nos diz muito a respeito das características e dos padrões culturais de organização social que produziram a atual crise ecológica. É esse o foco da ecologia social. O solo comum das várias escolas de ecologia social é o reconhecimento de que a natureza fundamentalmente antiecológica de muitas de nossas estruturas sócio-econômicas está arraigada no que Riane Eisler chamou de "sistema do dominador" de organização social. O patriarcado, o imperialismo, o capitalismo e o racismo são exemplos de dominação exploradora e antiecológica. O ecofeminismo poderia ser encarado como uma escola especial de ecologia social, uma vez que também aborda a dinâmica de dominação social dentro do contexto do patriarcado. Entretanto, sua análise cultural das muitas facetas do patriarcado e das ligações entre feminismo e ecologia vai muito além do arcabouço da ecologia social. Os ecofeministas vêem a dominação patriarcal de mulheres por homens como o protótipo de todas as formas de dominação e exploração: hierárquica, militarista, capitalista e industrialista. Eles mostram que a exploração da natureza, em particular, tem marchado de mãos dadas com a das mulheres, que têm sido identificadas com a natureza através dos séculos. Essa antiga associação entre mulheres e natureza liga a história das mulheres com a história do meio ambiente, e é a fonte de um parentesco natural entre feminismo e ecologia. Conseqüentemente, os ecofeministas vêem o conhecimento vivencial feminino como uma das fontes principais de uma visão ecológica da realidade.

Novos valores

Neste esboço do paradigma ecológico emergente, enfatizei até agora as mudanças nas percepções e nas maneiras de pensar. Se isso fosse tudo o que é necessário, a transição para um novo paradigma seria muito mais fácil. Há, no movimento da ecologia profunda, um número suficiente de pensadores articulados e eloqüentes que poderiam convencer nossos líderes políticos e corporativos acerca dos méritos do novo pensamento. Mas isto é só parte da história. A mudança de paradigmas requer uma expansão não apenas de nossas percepções e maneiras de pensar, mas também de nossos valores. É interessante notar aqui a notável conexão nas mudanças entre pensamentos e valores. Ambas podem ser vistas como mudanças da auto-afirmação para a integração. Essas tendências - a auto-afirmativa - são aspectos essenciais de todos os sistemas vivos. Nenhuma delas é, intrinsecamente, boa ou má. O que é bom, ou saudável, é um equilíbrio dinâmico; o que é mau, ou insalubre, é o desequilíbrio - a ênfase excessiva em uma das tendências em detrimento da outra. Agora, se olharmos para a nossa cultura industrial ocidental, veremos que enfatizamos em excesso as tendências auto-afirmativas e negligenciamos as integrativas. Isso é evidente tanto no nosso pensamento como nos nossos valores. Uma coisa que notamos ao examinar essas tendências opostas lado a lado é que os valores auto-afirmativos - competição, expansão, dominação - estão geralmente associados a homens. De fato, na sociedade patriarcal, eles não apenas são favorecidos como também recebem recompensas econômicas e poder político. Essa é uma das razões pelas quais a mudança para um sistema de valores mais equilibrados é tão difícil para a maioria das pessoas, em especial para os homens. O poder, no sentido de dominação sobre outros, é a auto-afirmação excessiva. A estrutura social na qual é exercida de modo mais efetivo é a hierarquia. De fato, nossas estruturas políticas, militares e corporativas são hierarquicamente ordenadas, com os homens geralmente ocupando os níveis superiores, e as mulheres, os inferiores. A maioria desses homens, e algumas mulheres, chegaram a considerar sua posição na hierarquia como parte de sua identidade e, desse modo, a mudança para um diferente sistema de valores gera neles medo existencial. No entanto, há outro tipo de poder, um poder mais apropriado para o novo paradigma - poder como influência de outros. A estrutura ideal para exercer esse tipo de poder não é a hierarquia, mas a rede, que é também a metáfora central da ecologia. A mudança de paradigma inclui, dessa maneira, uma mudança na organização social, uma mudança de hierarquias para redes.

Ética

Toda a questão dos valores é fundamental para a ecologia profunda; é, de fato, sua característica definidora central. Enquanto o velho paradigma está baseado em valores antropocêntricos (centralizados no ser humano), a ecologia profunda está alicerçada em valores ecocêntricos (centralizados na Terra). É uma visão de mundo que reconhece o valor inerente da vida não-humana. Todos os seres vivos são membros de comunidades ecológicas ligadas umas às outras numa rede de interdependências. Quando essa percepção ecológica profunda torna-se parte de nossa consciência cotidiana, emerge um sistema de ética radicalmente novo. Essa ética ecológica profunda é urgentemente necessária nos dias de hoje, especialmente na ciência, uma vez que a maior parte daquilo que os cientistas fazem não atua no sentido de promover a vida nem de preservá-la, mas sim no sentido de destruir a vida. Com os físicos projetando sistemas de armamentos que ameaçam eliminar a vida do planeta, com os químicos contaminando o meio ambiente global, com os biólogos pondo à solta tipos novos e desconhecidos de microorganismos sem saber as conseqüências, com psicólogos e outros cientistas torturando animais em nome do progresso científico - com todas essas atividades em andamento, parece da máxima urgência introduzir padrões "ecoéticos" na ciência. Geralmente, não se reconhece que os valores não são periféricos à ciência e `tecnologia, mas constituem sua própria base e força motriz. Durante a revolução científica no século 17, os valores eram separados dos fatos, e desde essa época tendemos a acreditar que os fatos científicos são independentes daquilo que fazemos, e são, portanto, independentes dos nossos valores. Na realidade, os fatos científicos emergem de toda uma constelação de percepções, valores e ações humanos - em uma palavra, emergem de um paradigma - dos quais não podem ser separados. Embora grande parte das pesquisas detalhadas possa não depender explicitamente do sistema de valores do cientista, o paradigma mais amplo, em cujo âmbito essa pesquisa é desenvolvida, os cientistas são responsáveis pelas suas pesquisas não apenas intelectual mas também moralmente. Dentro do contexto da ecologia profunda, a visão segundo a qual esses valores são inerentes a toda a natureza viva está alicerçada na experiência profunda, ecológica ou espiritual, de que a natureza e o eu são um só. Essa expansão do eu até a identificação com a natureza é a instrução básica da ecologia profunda.

(*) O texto aqui apresentado é um excerto do capítulo 1, "Ecologia Profunda - Um Novo Paradigma", de A Teia da Vida - Uma Nova Compreensão Científica dos Sistemas Vivos, recém-lançado no Brasil pela Editora Cultrix. Tradução: Newton Roberval Eichemberg.
Revista Nova Era n.5 - Um Guia para a Era de Aquário é uma publicação da PLANETA.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Meio Ambiente e Espiritismo




SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Aspectos Gerais: 3.1 O Sistema Planetário; 3.2. A Terra como
um Sistema Único e Finito; 3.3. O Aparecimento do Homem e seu Impacto sobre o Meio Ambiente; 3.4. As Conferências Mundiais sobre a Conservação do Planeta. 4. Meio Ambiente: 4.1. A Caracterização do Meio Ambiente; 4.2. A Cadeia Alimentar; 4.3. Nosso Planeta Transformar-se-á num Depósito de Lixo; 4.4. Tudo Depende de Tudo. 5. Desperdício: 5.1. Definição; 5.2. Tipos; 5.3.Desperdício de Tempo. 6. Visão Espírita: 6.1. Transformação Conservativa; 6.2. Lei de Conservação e Lei de Destruição; 6.3. Equilíbrio entre Matéria e Espírito. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é refletir sobre a preservação da vida em nosso Planeta. Para tanto, analisaremos o Meio Ambiente, o desperdício e os subsídios que o Espiritismo pode nos fornecer para um comportamento ambiental mais consciente.

2. CONCEITO

Ambiente – É o conjunto de todos os elementos, vivos ou não vivos, atuais ou passados, que, não fazendo parte intrínseca do organismo ou grupo de organismos, considerado, tem com ele ou eles relações diretas ou indiretas interagindo no tempo e no espaço. (Polis)

3. ASPECTOS GERAIS

3.1 O SISTEMA PLANETÁRIO

O nosso sistema planetário surgiu na Via-Láctea, há uns 5 bilhões de anos pela condensação de uma nuvem de gás e pó cósmicos. Via-Láctea, uma das 10 bilhões de galáxias existente no Universo, possui mais de cem bilhões de estrelas. O Sol, que é uma delas, suficientemente grande para produzir luz própria, situa-se em sua zona periférica. (Enciclopédia Combi Visual)

3.2. A TERRA COMO UM SISTEMA ÚNICO E FINITO

O Planeta Terra, com 510.934.000 km2 de área total, dos quais 148.148 km2 (um quinto) são ocupados por terra e 149.500.000 km distante do Sol, está localizado na órbita ideal — entre a de Vênus e a de Marte — para sustentar a vida. Se mais próximo do Sol, estaria muito quente; se mais distante, muito frio. Forma um ecossistema único e finito, imerso no vento solar, bombardeado por partículas do espaço e radiado pela luz solar. Possui, ainda, um campo magnético que o defende de partículas de alta velocidade, vindas do Sol e do Cosmo. (Gates, 1974, p. 40)

3.3. O APARECIMENTO DO HOMEM E SEU IMPACTO SOBRE O MEIO AMBIENTE

Desde que o homem surgiu no cenário planetário os impactos sobre o meio ambiente se lhe acompanharam. O fogo talvez tenha sido o primeiro elemento a empregar em tal empreitada. É claro que os primitivos, sem o conhecimento da tecnologia, tiveram um impacto menor do que aquele que se assiste na atualidade.

3.4. AS CONFERÊNCIAS MUNDIAIS SOBRE A CONSERVAÇÃO DO PLANETA

A Conferência de Estocolmo, em 1972, deu o primeiro grito de guerra contra a poluição causada pela proliferação da indústria no mundo todo. Dela extraiu-se o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e fez surgir a Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1983. O desenrolar das idéias propiciou o aparecimento do Relatório Brundtland, em 1987, em que se estabeleceu o conceito de desenvolvimento sustentável.

A Conferência do Rio de Janeiro em 1992 gerou a Agenda 21, com programa mundial abrangente, que em seus 40 capítulos definiu as metas para as principais questões ambientais: poluição, recursos hídricos, lixo etc.

A Conferência de Johannesburgo, em 2002, teve por objetivo fazer uma avaliação das propostas de 1992 e inserir novas formas de salvar o ecossistema.

Paralelamente a essas conferências de âmbito governamental, há diversos ecologistas que se reúnem em grupos menores e, nem por isso, menos importante do que esses eventos mundiais.

4. MEIO AMBIENTE

4.1. A CARACTERIZAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

Por Meio Ambiente entende-se tudo o que nos rodeia, ou seja, o ar, as plantas, os animais, as indústrias, os aeroportos, os aviões etc.

Num sentido mais amplo, o Meio Ambiente tem relação com o Universo, pois qualquer depredação ambiental terá repercussão no cosmo. Observe a guerra entre os Estados Unidos e o Iraque: a repercussão atmosférica durará diversos anos, vença quem vencer, pois os poços de petróleo continuarão queimando e os mísseis jogados contra Bagdá deixarão elementos químicos no ar, o que comprometerá a camada de gás ozônio, que protege a superfície terrestre da perigosa radiação ultravioleta que compõe, junto com outras, a luz solar.

4.2. A CADEIA ALIMENTAR

Trata-se do sistema no qual se processa a transferência de energia, de organismos vegetais para uma série de organismos animais, por intermédio da alimentação e por meio de reações bioquímicas. Cada elo da cadeia alimentar alimenta-se do organismo precedente e, por sua vez, alimenta o seguinte.

Somos, assim, parte de uma vasta gama de inter-relações, onde uma espécie alimenta-se da outra para sobreviver. O homem encontra-se no final dessa cadeia transformadora. Cabe-lhe a responsabilidade da defesa e preservação ambiental, a fim de manter o equilíbrio do Planeta.

4.3. NOSSO PLANETA TRANSFORMAR-SE-Á NUM DEPÓSITO DE LIXO

Há estimativas de que cada ser humano produz 0,6 quilos de lixo por dia. Baseando-se numa família média brasileira, composta por quatro pessoas, obtém-se o total de 876 quilos por ano. Se projetarmos esses números para o mundo todo – uma população de mais de 6 bilhões de pessoas – , teremos lixo que não acaba mais. O aumento populacional e o conseqüente acréscimo de lixo criam-nos um problema: onde jogá-lo? Como fazer para que não contamine o ambiente? Isso sem considerar que a maior parte corresponde a materiais recicláveis, que no Brasil chega a 85% do total.

4.4. TUDO DEPENDE DE TUDO

Os animais, utilizando o instinto, só consomem aquilo que satisfaz as suas necessidades. Vivendo naturalmente, eles não causam desastres ecológicos, porque a própria natureza incumbe-se de manter o equilíbrio. Um exemplo: o excesso de formiga é eliminado pelo aparecimento do tatu.

O homem, sendo o elemento racional, nem sempre age racionalmente. Acaba interferindo na natureza e desequilibrando o meio ambiente. Observe o que aconteceu na Austrália, quando se introduziu o coelho para comer outras espécies. Como o coelho se reproduz muito mais rapidamente do que as espécies que ele deveria comer, acabou tendo um excesso de coelho, o que obrigou o governo a dar vacina para diminuir a sua reprodução.

Atualmente vemos as invasões do MST (Movimento dos Sem-terra), a plantação de eucaliptos, a derrubada de árvores para a cultura da soja etc. invadirem as terras aráveis. Os eucaliptos, por exemplo, fornecem renda aos produtores de papel, mas acaba danificando a agricultura, pois suga muitos nutrientes do solo, principalmente a água, deixando-o empobrecido para outras culturas: foi justamente o que aconteceu na Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.

O MST invade áreas – preservadas pelos órgãos públicos – sob o pretexto de que são improdutivas.

5. DESPERDÍCIO

5.1. DEFINIÇÃO

Desperdício, no sentido absoluto, é o gasto sem proveito e a utilização incorreta ou incompleta de bens econômicos, o que faz com que necessidades que poderiam ser supridas não sejam. Existe desperdício causado pelo planejamento deficiente e o desperdício provocado pela massificação do consumo. (Enciclopédia Mirador)

Por mais cuidadosa que seja a definição, nunca será suficientemente abrangente: na Suíça as ruas são limpíssimas; simplesmente ninguém as suja. Aqui tudo no chão, inclusive com lixeiras ao lado.

5.2. TIPOS

Há os evitáveis e os inevitáveis. Uma tempestade não se tem como evitar.

Dentre os evitáveis, podemos relatar:

- falta de infra-estrutura que nos faz perder entre 20 a 30 por cento da produção agrícola;

- o húmus da casca de laranja é perdido por jogá-la no lixo;

- água que se desperdiça por deixar a torneira aberta ao lavar o automóvel ou escovar os dentes.

- luzes acesas sem necessidade.

5.3.DESPERDÍCIO DE TEMPO

- Conversas prolongadas ao telefone;

- falta de ordem: procurando papéis que não foram arquivados corretamente;

- segurar um vendedor, por bagatelas;

- falta de organização: permitir interrupções que se “perca o fio” do que se pensa, diz ou faz;

- discurso oco, que faz perder tempo do expositor e dos ouvintes;

- maledicência: horas que poderiam ser aplicadas ao estudo;

- atender a reuniões que não dizem respeito ao nosso objetivo.

6. VISÃO ESPÍRITA

6.1. TRANSFORMAÇÃO CONSERVATIVA

Para o provimento de suas necessidades, os homens são obrigados a transformar os recursos naturais. Política é a alteração do meio ambiente para a obtenção do bem comum. O nó da questão está em usar os bens naturais de forma conservativa, isto é, sem perder o equilíbrio cósmico.

6.2. LEI DE CONSERVAÇÃO E LEI DE DESTRUIÇÃO

Allan Kardec, ao tratar em O Livro dos Espíritos, da Lei de Conservação e da lei de Destruição oferece-nos subsídios para avaliarmos a questão.

Diz-nos, em resposta à pergunta 705 - Por que a Terra nem sempre produz bastante para fornecer o necessário ao homem?, que “... a Terra produziria sempre o necessário se o homem soubesse contentar-se. Se ela não cumpre a todas as necessidades é porque o homem emprega no supérfluo o que se destina ao necessário. Vede como o árabe no deserto encontra sempre do que viver, porque não cria necessidades fictícias. Mas quando metade dos produtos é desperdiçada na satisfação de fantasias, deve o homem se admirar de nada encontrar no dia seguinte e tem razão de se lastimar por se achar desprevenido quando chega o tempo de escassez? Na verdade eu vos digo que não é a Natureza a imprevidente, é o homem que não sabe regular-se”.

Mais adiante, em resposta à pergunta 735 - Que pensar da destruição que ultrapassa os limites das necessidades e da segurança?, diz-nos que é “A predominância da bestialidade sobre a natureza espiritual. Toda destruição que ultrapassa os limites da necessidade é uma violação da lei de Deus. Os animais não destroem mais do que necessitam, mas o homem, que tem livre-arbítrio, destrói sem necessidade. Prestará contas do abuso da liberdade que lhe foi concedida, pois nesses casos ele cede aos maus instintos”.

Resumindo: egoísmo cria as necessidades artificiais e a fome é fruto da imprevidência. Propõem-nos, assim, o desapego aos bens materiais como condição fundamental par um equilíbrio ecológico consistente.

6.3. EQUILÍBRIO ENTRE MATÉRIA E ESPÍRITO

O fator moral elevado pode auxiliar sobremaneira a circulação de bens dentro da economia.

- O desperdício (destruição do excesso de safra) para obter preço. Por que não doar para pessoas carentes?

- Lixo seletivo — reciclagem. Mostra a responsabilidade para com o nosso Planeta no cosmo.

- Criar oportunidades para os outros. Quanta perda de talento por não lhe oferecer a ocasião?

- Desenvolvimento econômico deve estar a par do desenvolvimento espiritual.

7. CONCLUSÃO

O Planeta Terra oferecer-nos-á sempre o suficiente desde que saibamos utilizar os seus recursos naturais com parcimônia. Quer queiramos ou não, há uma lei natural que rege todas as nossas ações: boas ou más. Assim, se comermos em demasia, poderemos contrair uma doença; do mesmo modo, se poluirmos o espaço mais do que ele pode suportar, poderemos presenciar alguma calamidade. Em sendo assim, uma reflexão sobre as Leis Morais capacita-nos a melhor utilizar os recursos que a divindade empresta-nos para auxiliar a nossa evolução espiritual.

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ENCICLOPÉDIA COMBI VISUAL. Espanha, Edições DANAE, 1974.
ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL. São Paulo, Encyclopaedia Britannica, 1987.
GATES, D. Modificações do Clima a Serviço da Humanidade: Promessa ou Perigo? In HELFRICH Jr, H. W. A Crise Ambiental: A Luta do Homem para Viver Consigo Mesmo. São Paulo, Melhoramentos, Ed. da USP, 1974.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed., São Paulo, FEESP, 1995.
POLIS - ENCICLOPÉDIA VERBO DA SOCIEDADE E DO ESTADO. São Paulo: Verbo, 1986.

Sérgio Biagi Gregório

São Paulo, junho de 1996

A ECOLOGIA À LUZ DO ESPIRITISMO



Encontramos no livro “O Consolador”, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, as questões de número 27, 28 e 121, em que se lê:

“Como devemos compreender a Natureza?” e a resposta de Emmanuel foi a seguinte: “A Natureza é sempre o livro divino, onde a mão de Deus escreveu a história de sua sabedoria, livro da vida que constitui a escola de progresso espiritual do homem evoluindo constantemente com o esforço e a dedicação de seus discípulos”.

Em seguida, foi perguntado a Emmanuel:As manifestações de vida dos vários reinos da Natureza, abrangendo o Homem, significam a expressão do Verbo Divino, em escala gradativa nos processos de aperfeiçoamento da Terra? Ao que foi por ele respondido: “Sim em todos os reinos da Natureza palpita a vibração de Deus, como o Verbo Divino da Criação Infinita; e, no quadro sem-fim do trabalho de experiência, todos os princípios, como todos os indivíduos, catalogam os seus valores e aquisições sagradas para a vida imortal.

A pergunta 121 é a seguinte: “O meio Ambiente influi no Espírito?” e Emmanuel responde: “O meio ambiente em que a alma renasceu, muitas vezes constitui a prova expiatória; com poderosas influências sobre a personalidade, faz-se indispensável que o coração esclarecido coopere na sua transformação para o bem, melhorando e elevando as condições materiais e morais de todos os que vivem na sua zona de influência”.

Pelo exposto, podemos ver que a Ecologia à luz do Espiritismo , certamente diz respeito à uma ecologia mais profunda, da consciência ecológica que deve vir do respeito à qualquer forma de preservação da vida, do respeito pela vida, que vem do religare espiritual.

É intenção de Deus de que todos os Seus filhos sejam felizes e, mesmo que nossa Humanidade atual, esteja neste planeta em fase de provas e expiações, com tudo isso nosso Deus, nos deu, por empréstimo um mundo muito belo, como um verdadeiro caleidoscópio de ambientes, com relevo, rios, montanhas, grutas, vales, florestas, cachoeiras, desertos, regiões cobertas de gelo, sendo as temperaturas muito baixas, fatores limitantes para qualquer forma de vida, onde apenas aquelas que possuam as precondicionantes e que foram sofrendo adaptações lentas e progressivas ao longo do tempo geológico, aperfeiçoaram-se de forma a viver em locais muito inóspitos e assim, para todas as demais formas de vida distribuídas pelas diferentes regiões biogeográficas de nosso planeta.

Se a intenção de Deus tivesse sido apreendida ao longo do tempo, sobretudo, no último século, pelos habitantes da Terra, não estaríamos diante dos descalabros que constatamos hoje em dia.

Naturalmente a Terra foi passando por transformações ( algumas quase imperceptíveis, enquanto outras, com características catastróficas) e os agentes naturais da Natureza, foram fazendo o seu trabalho, todos eles regidos pela batuta invisível dos Engenheiros Siderais.

As paisagens foram se sucedendo e com isso, muitas delas foram desaparecendo num lugar e aparecendo outras, em outros locais, e com elas todo o conjunto de formas vivas igualmente passaram pelo mesmo processo, que é sempre de cunho evolutivo, provendo assim, um saneamento de algumas regiões .

Entretanto, o que se apresenta no mundo atual, resguardadas algumas paisagens naturais que o Homem ainda não conseguiu modificar de forma muito indecorosa, o Continente Antártico sendo um desses exemplos, denota a total incúria e desrespeito, sobretudo do Homem contemporâneo, à Natureza que o cerca , sobretudo vindo a desestabilizar os ciclos biogeoquímicos do planeta, destruindo a camada de Ozônio que a protege da incidência muito acentuada dos raios ultra violeta, o efeito estufa, acrescido do lançamento cada vez maior de CO2 e outros gases que aceleram o efeito estufa, da utilização de defensivos agrícolas que, em nome de um melhor rendimento de safras e com conseqüências danosas para todos os sêres vivos, estão poluindo as terras e os rios , e que, por sua vez irão poluir os mares; e o efeito do “El Ninõ e La Niña”,aí também estão como exemplos muito nefastos.

Hoje , sabemos que estamos na iminência de catástrofes ecológicas de conseqüências imprevisíveis, caso o Homem não desperte rápido do seu sonho destrutivo, em nome do progresso e do desenvolvimento, de um condomínio que esta sob nossa responsabilidade e guarda ,mas que pertence a nosso Deus Criador apenas para quadro de nossa evolução e para ver se despertamos e nos religamos às realidades da Criação


Autora: Izabel Gurgel - fonte www.espirito.com.br

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A Lei cuida de todos




Em uma apreciação rasa das ocorrências do mundo, talvez pareça que as injustiças imperam.

Entretanto, a ordem cósmica é perfeita e ninguém consegue burlar seus imperativos.

Não há como negar que os homens erram, em sua imperfeição.

Às vezes utilizam a liberdade de modo infeliz e causam dores na vida do próximo.

Mas absolutamente ninguém se furta de assumir as consequências de todos os seus atos.

Ações dignas se convertem em bênçãos e luzes.

Desafios vencidos, com coragem e dignidade, abrem portas para fases mais ricas da existência imortal.

O mesmo se dá com relação aos equívocos, apenas com outra conotação.

Tudo o que se faz, diz e pensa, tem consequências.

A influência que se exerce no mundo vincula o porvir.

Quem incentiva o vício, semeia a dor ou dilapida os tesouros da vida, prepara dias de angústia para si próprio.

Contrariamente ao que por vezes se pensa, o propósito da Lei Divina não é punir.

Ela objetiva educar, corrigir e levar o faltoso à reparação.

A dor, como resultado do equívoco, é apanágio de quem se nega a retificar o que fez.

Isso não implica que o ato de reparar, embora não tenha necessariamente uma conotação dolorosa, seja fácil.

Tudo depende da gravidade dos desdobramentos do ato praticado.

Imagine-se que um homem induz outro a desenvolver determinado vício ou a adotar certa conduta leviana.

O primeiro vincula-se aos reflexos de seu agir inconsequente.

O segundo pode ter estrutura moral mais frágil e se complicar de modo grave.

Talvez ponha a perder o equilíbrio de sua família e a própria saúde.

Quem o induziu ao despenhadeiro terá de auxiliá-lo na caminhada de retorno.

Assim, convém prestar muita atenção na influência que se exerce sobre o semelhante.

Nunca se sabe o quanto os próprios atos, exemplos e palavras podem ser impactantes.

Quem se faz instrumento do mal lança algo em direção ao futuro.

O único modo de impedir o retorno, na forma de aflições, é se dispor rapidamente à reparação.

Uma vez consciente do equívoco, impõe-se assumir corajosamente as consequências.

Providências nobres, voltadas à reconstrução da harmonia, constituem o amor que cobre a multidão de pecados, no dizer evangélico.

Tendo em mente a perfeição da ordem cósmica, não há razão para se angustiar com as aparentes injustiças do mundo.

Certamente convém agir para que elas sejam minoradas e o mal gradualmente se extinga.

Contudo, tal pode se dar em regime de tranquilidade e confiança em Deus.

Afinal, se cada um é livre para fazer o que deseja, a Lei cuida de todos.

Pense nisso.

Redação da Momento Espírita.
Em 12.05.2010.